quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Setor privado debate estratégia brasileira para biodiversidade

Líderes empresariais de todo o País que estão na vanguarda das discussões sobre o uso sustentável da biodiversidade se reunirão nos dias 3 e 4 de agosto, em Brasília, para ajudar a definir a estratégia brasileira de biodiversidade.

O encontro faz parte da iniciativa Diálogos sobre Biodiversidade: construindo a estratégia brasileira para 2020, organizada pelo Ministério do Meio Ambiente, União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), WWF-Brasil e Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). O evento conta ainda com o apoio do Movimento Empresarial pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (MEB), Centro Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O objetivo da iniciativa é elaborar de forma participativa, com diferentes setores da sociedade, a estratégia e o plano de ação que ajudarão a internalizar no País o Plano Estratégico da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) para 2020 aprovado na 10ª Conferência das Partes (COP 10), realizada em Nagoya, no Japão, em Outubro do ano passado.

Entenda o contexto


Após a aprovação pelos países membros da CDB do novo Plano Estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica para o período de 2011 a 2020 na COP 10, o Brasil inicia agora o processo de revisão e atualização da sua estratégia nacional e do plano de ação brasileiro para biodiversidade.

Para isso, o governo - por meio do MMA e das organizações civis - realizará consultas aos diversos setores da sociedade brasileira para ajudar na elaboração de metas nacionais de biodiversidade para 2020. Ao todo, serão cinco reuniões setoriais: setor privado; sociedade civil; governos (estadual, municipal e federal); academia; e povos indígenas e comunidades locais.

Os documentos elaborados nesses encontros serão consolidados e apresentados em uma reunião final com representantes de todos os setores para avaliação e considerações finais. Em seguida, o documento resultante desse processo irá para consulta pública.

O foco empresarial


As 20 metas contempladas no Plano Estratégico da CDB estão subdivididas em cinco objetivos estratégicos que tratam de questões vão desde o estímulo ao desenvolvimento sustentável, a conservação da biodiversidade terrestre e marinha, até o combate aos fatores de pressão aos ecossistemas. Os objetivos abordam ainda questões como o aumento do conhecimento sobre o valor da biodiversidade e a mobilização de recursos financeiros.

As metas globais são bem amplas e a ideia é que os setores da sociedade trabalhem sobre as metas globais e elaborem submetas nacionais que sejam adaptadas à realidade brasileira, seja por setor específico ou por biomas.

As metas que mais afetam ao setor empresarial são as que se relacionam com a incorporação dos custos da biodiversidade nas contas nacionais, a valoração da biodiversidade, a redução da poluição, o pagamento por serviços ambientais, a implementação do protocolo de Nagoya sobre acesso e repartição dos benefícios oriundos do uso da biodiversidade (Protocolo de ABC) e mobilização de recursos financeiros.

Serviço:


Diálogos sobre Biodiversidade
Datas e horários: 3/8 (9h às 18h) e 4/8 (9h às 12h)
Local: Confederação Nacional da Indústria - CNI, Setor Bancário Norte, Qd 1, Bloco C, Brasília-DF

por MMA

Perda de biodiversidade aumenta, mesmo com áreas protegidas

                                  (Imagem:biotabrasil.com.br)

A pesquisa, publicada na revista científica “Marine Ecology Progress Series”, mostra que existem cem mil áreas protegidas no mundo, atualmente, sendo 17 milhões de kmem terra e dois milhões de kmnos oceanos. Mesmo assim, a perda de biodiversidade só aumentou nos últimos anos.
O pesquisador colombiano da Universidade do Havaí, Camilo Mora, confirma que o fato é realmente preocupante. “Estamos investindo em uma grande quantidade de recursos financeiros e humanos na criação de áreas protegidas e infelizmente evidências sugerem que essa não é a solução mais efetiva.”
A pesquisa mostrou também possíveis justificativas, como o fato de que das cem mil áreas protegidas, apenas 5,8% das que estão em terra e 0,08% dos oceanos cumprem as normas necessárias.
Outro problema é o baixo investimento mundial. O correto seria que houvesse investimento de pelo menos US$ 24 bilhões, quando na verdade a despesa é de US$ 6 bilhões anualmente.
O diretor do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas - Canadá, Peter Sale, indica alguns problemas no uso de áreas protegidas como forma de preservar a biodiversidade do problema.
Como Sale também faz parte do estudo, ele percebeu que o crescimento previsto das áreas protegidas ainda é muito lento. De acordo com o pesquisador, são necessários 185 anos em terra e 80 anos nos oceanos para que a meta de cobrir 30% dos ecossistemas seja alcançada.
Se por um lado o ritmo de crescimento de áreas protegidas está lento, por outro as ameaças contra a biodiversidade avançam rapidamente. Para piorar, cerca de 90% das áreas (entre oceanos e terra) têm superfície inferior a um quilômetro quadrado.
As áreas protegidas, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, impedem efetivamente as ameaças de exploração em massa e a perda de habitat, no entanto são ineficientes contra mudança climática, poluição e espécies invasoras.
As áreas são importantes, por isso é preciso investir mais, tanto financeiramente, já que apenas um quarto do que deveria ser empregado é realmente destinado a esse fim, quanto na expansão das áreas de proteção.  
De acordo com a pesquisa, até o ano de 2050, a situação pode tornar-se “catastrófica”, por isso é fundamental que medidas sejam adotadas para reverter este quadro a fim de equilibrar os ecossistemas e conservar a variedade de vida no planeta. Com informações da Folha.
Fonte: Ciclo Vivo