segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CI e Museu Emílio Goeldi lançam Prêmio para Escolas

Um convite para ver o mundo como sala de aula e a biodiversidade amazônica como tema a ser descoberto no cotidiano. A proposta já tem alguns anos, mas a cada edição, o Prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas (PJMA) conquista mentes em formação para olhar mais atentamente a natureza na Amazônia. No dia 16 de setembro de 2011, o Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) e a Conservação Internacional (CI - Brasil) lançam a 5ª edição do Prêmio Márcio Ayres, que passa a contar com o apoio da Escola de Biodiversidade Amazônica (EBIO), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia.
A partir do lançamento começa a contagem regressiva para que os estudantes do Ensino Fundamental e Médio, de escolas públicas e particulares, realizem trabalhos científicos sobre a fauna e a flora dos municípios paraenses. Serão premiados os três melhores trabalhos em duas categorias - Ensino Fundamental e Ensino Médio. Nesta edição, vencedores receberão como prêmios: notebook (primeiro lugar), máquina fotográfica digital (segundo lugar) e bicicleta (terceiro). Além dos estudantes, também são premiados os professores orientadores (notebook) e as escolas com melhores desempenhos (kit de publicações). A coordenação executiva do Prêmio é formada pela educadora Filomena Secco (MPEG), a jornalista Joice Santos (MPEG/EBIO) e a educadora Maria de Jesus Fonseca (UEPA/EBIO).

A cada edição, o concurso amplia a rede de escolas e alunos contagiados com a ciência e a biodiversidade. Nos anos anteriores, a equipe do Prêmio, em parceria com pesquisadores do Museu Goeldi, percorreram 12 municípios, capacitaram 180 professores e premiaram cerca de 30 estudantes. Até o próximo ano, este número deve aumentar. O PJMA conta com o apoio da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC/PA), e vai buscar o envolvimento das secretarias municipais de Educação, para divulgar o concurso e as atividades promovidas pela equipe direcionada a estudantes e professores.

Filomena Secco ressalta que o Prêmio Márcio Ayres não se limita a inscrição, apuração do resultado e premiação: “Existe todo um processo de mobilização, de atividades educativas, de difusão, que favorece a aproximação entre a ciência e a comunidade escolar”. Segundo Joice Santos, o objetivo do Prêmio é estimular a iniciação científica dentro da escola: “A escola não deve ser apenas um lugar onde se aprende a repetir o que nos dizem ano após ano. A escola é um lugar de acúmulo de conhecimento, de construção desse conhecimento e também de possibilidade de transformação da sociedade”.

Nesta edição, a parceria com a Escola da Biodiversidade Amazônica – EBIO, intensifica a realização de atividades que possibilitam a vivência e a aprendizagem acerca da biodiversidade. “A educação sai de uma perspectiva fechada do ambiente escolar e perpassa a realidade do sujeito”, analisa Maria de Jesus Fonseca, cuja tese de doutorado deu subsídios para a criação do concurso.

Para mostrar a importância da biodiversidade amazônica e instigar o interesse pela ciência entre alunos e professores, uma das estratégias de ação é a realização de atividades educativas e pedagógicas que reúnam a comunidade escolar, a família e os pesquisadores. Até o final do ano, serão realizadas rodadas de palestras, oficinas e trilhas no Museu Goeldi todos os meses com o intuito de promover o diálogo e a reflexão crítica acerca da construção do conhecimento. Além disso, em dezembro, acontecerá a Pororoca da Biodiversidade e a Expofoto da EBIO.

“Vivemos em uma região em que o conhecimento da biodiversidade é muito pequeno ainda. Temos uma vasta campanha pra fazer de descobrimento do que existe nessa floresta que nos envolve”, defende Nilson Gabas Jr, Diretor do Museu Goeldi. A diretora do Programa Amazônia da Conservação Internacional, Patrícia Baião, completa o pensamento de Gabas Jr. explicando que levar a educação ambiental para dentro das escolas é fundamental para a conservação da biodiversidade da região. “É importante os jovens terem consciência do que a Amazônia representa para o Brasil e para o mundo inteiro; quais os serviços prestados, e como eles podem contribuir nesse processo de conservação da natureza, do meio ambiente, das florestas”, afirma Patricia.

PJMA 2.0 – A grande novidade desta edição são os suportes online do Prêmio, onde professores, alunos e familiares podem tirar dúvidas sobre práticas de ensino e consultar os materiais de apoio sobre biodiversidade amazônica. Trata-se de uma forma de divulgar o Prêmio, disseminar o assunto abordado e servir de apoio para as escolas. Para a coordenação do Prêmio, os recursos disponíveis na web permitem compartilhar experiências e estimular a produção coletiva de recursos pedagógicos.

O material multimídia - a produção de conteúdo em áudio, vídeo, texto e foto - será produzido pela equipe do projeto Labcom Móvel – Estudos e Práticas de Comunicação Pública da Amazônia, do Serviço de Comunicação Social do Museu Goeldi. O financiamento do material é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O conteúdo didático é desenvolvido em parceria com o Núcleo de Estudos em Educação Científica, Ambiental e Práticas Sociais (Necaps), da Universidade do Estado do Pará (UEPA), e ficará disponível no site do PJMA e nos blogs do Labcom e da EBIO. O Labcom Móvel/MPEG e o Grupo de Sociobiodiversidade do Necaps/UEPA fazem parte da coordenação da Escola da Biodiversidade Amazônica.

A equipe do Móvel será responsável por divulgar, registrar e transmitir as atividades relacionadas ao PJMA, principalmente para as escolas que não puderem acompanhá-las presencialmente. Já o Necaps desenvolverá materiais educativos para dar suporte, à distância, na prática pedagógica. Porém, é importante destacar que os blogs serão espaços de construção mútua, onde todos – alunos, professores, escolas – podem e devem contribuir relatando suas experiências.

Entre as produções para web do Prêmio, estréia no dia 16 de setembro o episódio piloto da websérie “Naturalistas do século XXI”, a primeira do gênero voltado para a divulgação científica. Em nove episódios, a websérie conta a história da premiação e de alguns dos jovens vencedores do concurso.

Inscrições – Os alunos podem se inscrever a partir do dia 16 de setembro de 2011 até o dia 20 de agosto de 2012 no Serviço de Educação do Museu Goeldi, enviando seus estudos através dos Correios. Estudantes do Ensino Fundamental podem fazer pesquisas em equipe (dois membros), já os trabalhos de investigação do Ensino Médio são individuais. Todos os trabalhos devem ser orientados por professores da escola em que os alunos estão matriculados e abordar o tema “biodiversidade amazônica”. A seleção das melhores pesquisas é realizada em duas etapas – seleção dos trabalhos escritos e apresentação oral. O resultado final será anunciado dia 6 de outubro de 2012. Visite o site http://marte.museu-goeldi.br/marcioayres/ e conheça todos os detalhes do Prêmio.

História do PJMA – O PJMA foi lançado em 2003, uma parceria do Museu Goeldi e da Conservação Internacional, como uma estratégia de divulgação científica do projeto Biota Pará. A meta é estimular jovens em idade escolar a pesquisarem e valorizarem a biodiversidade. Em quatro edições, vários estudantes de escolas públicas e particulares foram premiados e trouxeram contribuições para o estudo da biodiversidade amazônica, inclusive novos registros de ocorrência de espécies. Em 2012, será lançado um livro que conta esta trajetória e que terá também formato e-book.

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