segunda-feira, 27 de junho de 2011

As conexões da teia

As conexões que existem na biodiversidade também ocorrem entre as espécies e indivíduos, e são uma importante parte da biodiversidade. A fascinante relação entre algumas plantas e seus polinizadores revela segredos sobre essa interdependência.


Um exemplo são as orquídeas de diferentes formas e cores que variam de acordo com a espécie que as poliniza: mariposas com longas línguas preferem visitar flores brancas, enquanto beija-flores gostam de cores vibrantes e flores tubulares que acompanham o formato de seu bico.

Já as bromélias são verdadeiros brejos suspensos no ar, pois acumulam água e matéria-orgânica e tornam-se o hábitat de algas, insetos, rãs e sapos.

Aliás, espécies como as castanheiras, da Amazônia, orquídeas e certas abelhas polinizadoras, possuem relações mais íntimas do que imaginamos. Cientistas do Jardim Botânico de Kew, na Inglaterra, descobriram que o macho de uma espécie de abelha busca o perfume de uma orquídea que se fixa nas castanheiras, para sua reprodução. Com o desmatamento, não só as castanheiras correm risco, mas também as orquídeas e, portanto, as abelhas que as polinizam.

Cada espécie desempenha funções específicas para o complexo e delicado equilíbrio de todo o ecossistema! E estamos apenas começando a descobrir suas notáveis interações...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Uma grande teia de vida

Ao longo dos anos fomos educados a simplificar as coisas em categorias, esquecendo que no mundo tudo está interconectado e que a biodiversidade é como uma teia de relações. Assim, os ecossistemas, as espécies e os genes se influenciam constantemente e, se um desses níveis é rompido, os efeitos repercutem em toda a cadeia de relações.


Os muriquis são um bom exemplo dessa interdependência, conforme só são encontrados na Mata Atlântica do Brasil e atuem como dispersores das sementes que se reproduzem em novas árvores. Altamente ameaçados de extinção por causa da caça e da destruição de seu hábitat, os muriquis se encontram hoje isolados em pequenos fragmentos, podendo diminuir de número num futuro próximo. Com o enfraquecimento da espécie pela perda de sua variedade genética, aumentam os riscos de extinção e, consequentemente, a Mata Atlântica como um todo sofrerá mudanças e outras espécies serão afetadas.

É uma de cadeia que precisa funcionar sem interrupções! Felizmente já existem iniciativas para tentar frear a fragmentação, a exemplo da Estação Biológica de Caratinga, transformada recentemente na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Feliciano Miguel Abdala, um local significativo para a proteção do muriqui-do-norte.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A importância dos genes

Menos visíveis do que as espécies e ecossistemas, os genes são essenciais para a manutenção da biodiversidade. A variação genética na natureza é tanta que algumas plantas e animais chegam a ter 400 mil genes, fazendo de cada espécie uma “enciclopédia de informação genética”, com um código de vida único e adaptado às condições de ecossistemas específicos.


Valorizar os genes implica em perceber o mundo ao nosso redor, seja entre os vários tipos de banana no supermercado às diferentes cores de olhos ou de pelagem nos mamíferos. Como as digitais do ser humano, por exemplo, as pintas de uma onça-pintada nunca serão iguais às de outra. Essa exclusividade é resultado da variação genética!

E hoje já sabemos que uma grande variação genética aumenta as chances de sobrevivência das espécies, garantindo que um número suficiente de indivíduos consiga se adaptar às mudanças em seu meio ambiente e, assim, perpetue a espécie. Por isso, geneticistas e biólogos vem tentando manter a variação genética de espécies ameaçadas como a onça-pintada, o lobo-guará ou o jequitibá.

Também ao longo da história, agricultores selecionaram sementes e, consequentemente, seus genes visando aumentar o rendimento da lavoura. Com isso, conseguiram espécies mais resistentes a condições extremas, como secas ou ataques de pragas, comprovando que a maior variabilidade genética aumenta a chance de resistência a pestes ou às mudanças climáticas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Biodiversidade pede urgência na ações

Paisagens únicas e espécies endêmicas, que só existem num único lugar, fazem parte de áreas especialmente ricas em biodiversidade, que podem estar sob risco de desaparecer. Por isso, cientistas vêm estabelecendo prioridades de onde trabalhar com mais urgência, e conservacionistas da WWF e da Conservation International determinaram até um grupo de 17 países, o G17, que mais concentram a riqueza da biodiversidade mundial. Entre eles, o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, abrigando cerca de 10% a 20% das espécies já conhecidas.


No planeta, também já se conhece uma infinidade de ecossistemas, e mais de 200 também foram identificados como as mais ricas, raras e diferentes áreas naturais da Terra. Quatro dos biomas mais ricos estão aqui: Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia e Pantanal, todos correndo riscos e alguns mantendo muito pouco do que existia inicialmente.

Os Hotspots – Em 1988, o ecólogo inglês Norman Meyers, criou o conceito de Hotspots, ou Áreas críticas, após identificar as regiões que concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Hotspots possuem, assim, rica biodiversidade, em sua maioria endêmica, e ameaçada em mais alto grau.

No Brasil...

A Mata Atlântica é um dos mais importantes e mais ameaçados hotspots do mundo, com cerca de 7,3% de sua área original, mas tamanha riqueza que somente num único hectare do sul da Bahia foram encontradas 454 espécies de árvores diferentes.

O Cerrado também é considerado hotspot, com fauna e flora extremamente ricas, e além da biodiversidade, tem importante papel na manutenção da água. Mas em função da expansão agrícola tem sofrido enormes impactos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O que é Biodiversidade

Enquanto você lê este Blog, milhares de seres vivos estão se manifestando no planeta, com um jeito especial e diferente de viver. Falar em biodiversidade significa considerar que cada ser é único e fundamental para o equilíbrio de todos os outros seres vivos. E a riqueza de vida na Terra é tanta que os cientistas não têm condições de saber com exatidão quantos tipos de organismos existem.


Até agora, já foram identificados mais de 1,7 milhões de espécies, entre 300 mil de plantas, 1 milhão de insetos, 25 mil de peixes... e ainda há milhões a serem descobertas, principalmente micro-organismos como bactérias e protozoários, e invertebrados como insetos e moluscos.

Mas a biodiversidade não está limitada só aos seres vivos, estendendo-se à variedade do ambiente em que eles vivem, como as savanas, florestas, recifes de corais e mangues, até a diversidade genética que permite a cada ser manifestar suas particularidades.

Assim, podemos dividir a biodiversidade em três níveis, que em conjunto sustentam as conexões que garantem a vida na Terra:

A diversidade genética: a variação dos genes dentro das espécies que garante sua sobrevivência. Por exmeplo, quando a população de uma espécie fica muito reduzida a um local, os indivíduos começam a cruzar entre si e, enfraquecendo a diversidade genética, podem até desaparecer.

A diversidade de espécies: a variedade de espécies dentro de uma região, ou seja, a riqueza de espécies e sua estreita relação entre si.

A diversidade de ecossistemas: a variedade de áreas que abriga a vida de determinadas espécies e grupos em função de suas características ambientais. Você sabia, por exemplo, que o Brasil está na lista dos países megadiversos, justamente pela variedade de ecossistemas que possui? É como se nosso país fosse uma grande aquarela de múltiplas cores e formas.

E não esqueçamos da sociodiversidade, aquela diversidade cultural da espécie humana, cujas expressões estão refletidas na variedade de crenças, linguagens, práticas de manejo da terra, arte e economia.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O conteúdo que vamos desvendar

A cada capítulo do Investigando a Biodiversidade vamos apresentar um assunto que pode ser colocado em prática nas escolas, trazendo junto várias situações do cenário brasileiro para ilustrar a aprendizagem.


Então fique atento! Neste Blog você vai ler sobre:

O que é a biodiversidade: o conceito, sua importância, e sua intrínseca relação com a teia da vida e com a relação cultural

As conexões da natureza: aproximação da biodiversidade com as nossas vidas, demonstrando como ela está presente em nosso cotidiano.

As ameaças à vida: riscos para a biodiversidade como a alteração no processo natural de extinção das espécies e pressões sobre os ecossistemas.

As alternativas para a conservação: o potencial humano em buscar maneiras de prevenir a degradação ambiental, e as ações individuais e coletivas que surgem como saída.

Além de “ecoideias para se envolver na causa”, “glossário” de termos e “referências bibliográficas” com dicas de fontes para você ir mais além.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Como ler os textos do Guia?

Formadores de opinião essenciais no despertar do interesse em crianças e jovens, os educadores influenciam na mobilização deste público para atuar na solução de problemas na comunidade. Potencializam seu interesse em agir no local onde vivem, ao mesmo tempo em que passam a entender melhor seu espaço local.

Ao reconhecer que os educadores não transmitem simples informações aos educandos, mas constróem conhecimentos no “compartilhar” da aprendizagem, o Guia Investigando a Biodiversidade considera etapas importante neste processo: o despertar da atenção dos alunos de forma sensível e lúdica por meio da sensibilização; a descoberta do conhecimento pela curiosidade de saber mais através da investigação; o desenvolvimento de atitudes com criatividade, transformando o pensamento em ação; praticar a cidadania para efetivar as soluções por meio da mobilização, envolvendo outras pessoas.

Com essa visão, os conteúdos apresentados no Blog podem ser lidos com meios de instigar a investigação e a discussão dos temas ambientais. São indicados para crianças e jovens de 11 a 14 anos, embora as atividades possam ser adaptadas para grupos mais novos ou mais maduros. Apesar da forte inserção no ensino formal, o material também serve de apoio a grupos comunitários atendidos em museus, zoológicos, Unidades de Conservação e programas de educação ambiental no espaço não formal.

Por fim, vale lembrar que o desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas é essencial para a conservação da biodiversidade, podendo ser estimuladas com questionamentos sobre “como e por que fazemos determinadas coisas”, “como podemos fazê-las de maneira diferente” ou “como promover mudanças positivas”.